quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Diretor da Abin diz que delegado Protógenes deve ser responsabilizado por descontroles na Operação Satiagraha

Paulo Mauricio Fortunato, diretor de contra-inteligência afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), em desabafo durante depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, disse que o delegado federal Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, deve ser responsabilizado por "descontroles" ocorridos durante a Operação Satiagraha, inclusive escutas telefônicas clandestinas. Ao negar que agentes da Abin tenham realizado grampos ilegais, Fortunato disse que a agência está "pagando um pato" que não é dela, e sim do delegado, responsável por coordenar a Operação Satiagraha. "Que existiu descontrole dentro do departamento da Polícia Federal, existiu. Esse problema é da Polícia Federal. Tudo foi feito dentro do prédio da Polícia Federal. Na Abin, nada foi feito. Não houve reunião de agentes, o delegado Protógenes não montou sua base dentro da Abin", afirmou ele. Fortunato criticou a participação do agente aposentado do SNI (Serviço Nacional de Inteligência) Francisco Ambrósio Nascimento na Operação Satiagraha ao afirmar que o servidor dividia uma sala no quinto andar da sede do Departamento de Polícia Federal com Protógenes. Ambrósio é acusado de coordenar as escutas telefônicas clandestinas realizadas pela Abin na operação.