quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Assembléia gaúcha monta comissão para levantar dados da investigação de seu presidente Alceu Moreira

A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul criou nesta terça-feira uma comissão para acompanhar os desdobramentos da investigação envolvendo dois de seus membros, os deputados estaduais Alceu Moreira (PMDB) e Marco Alba (PMDB). O grave é que Alceu Moreira preside a Assembléia Legislativa. Dessa maneira, os gaúchos têm hoje, como presidente de um dos Poderes de Estado, um parlamentar que está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, com autorização do Supremo Tribunal Federal, e nenhum bravo parlamentar, de nenhum partido, toma a iniciativa de dizer que é intolerável que alguém que está sendo investigado permaneça na presidência da Casa. Alceu Moreira teve gravada conversa sua com o empresário Marco Antônio Camino, dono da MAC Engenharia. Nessa conversa, ele usou a expressão “carvão”. Os deputados estaduais do Rio Grande do Sul não reagem diante de Alceu Moreira por razões inexplicáveis. Eles teriam todos os motivos para agir, porque conhecem todas as gravações grampeadas na Operação Estradeira, e que foram entregues para a CPI dos Combustíveis. O editor de Videversus, jornalista Vitor Vieira, está proibido por liminar da Justiça estadual, em processo movido pelo deputado Alceu Moreira, de tratar desse assunto. Até hoje a juíza encarregada do processo não se manifestou sobre as petições apresentadas pelo advogado Luis Francisco Correa Barbosa, que defende o jornalista Vitor Vieira. Agora, ficou estampado que Alceu Moreira abre mesmo a boca ao telefone. Todas as gravações da CPI dos Combustíveis já estão de posse do Ministério Público Federal. O Mistério Público estadual não investigou absolutamente nada a este propósito.