segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Argentina inaugura mais um centro de memória em local de tortura da ditadura militar

No próximo dia 19 vai acontecer uma solenidade conduzida Sara Derotier de Cobacho, da Secretaria de Direitos Humanos da Província de Buenos Aires, inaugurando um novo ponto de memória na capital argentina, onde funcionou o centro clandestino de prisão conhecido como “Pozo de Banfield”, durante a infame ditadura militar que assolou o país. Fica localizado no bairro Lomas de Zamora. Dentro do programa “Investigación y Memoria”, o local será inaugurado como um museu da memória, justo na noite em que se relembra o 32º aniversário da chamada “Noite dos Lápis”. O endereço é na esquina das ruas Siciliano e Vernet, no bairro de Banfield. A solenidade começará às 10 horas, com a projeção de um video institucional e intervenções artísticas, e continuará com discursos de sobreviventes, estudantes e autoridades. Ao final haverá um recital de Verônica Condomi. Neste “Pozo de Banfield” era onde funcionava a “Brigada de Investigaciones” da área Metropolitana de Banfield, partido de Lomas de Zamora. O “Pozo de Banfield” era ligado ao “Regimiento de Infantería Mecanizada Nº 3” do exército argentina (La Tablada). No mínimo 300 pessoas passaram por suas masmorras e câmaras de tortura e de assassinato. A maioria delas foram mortas. Esse lugar funcionou como centro de repressão desde muito antes do golpe militar de 1976. A estimativa é de que recebia pessoas seqüestradas pela famigerada Triple A desde 1974. O centro de repressão “Pozo de Banfield” funciou até outubro de 1978. Neste local infame foram atirados os jovens estudantes “desaparecidos” no caso conhecido “Noche de los lápices” (“Noite dos Lápis”). Trata-se do seqüestro e desaparecimento, entre 16 e 19 de setembro de 1976, de Francisco López Muntaner, María Claudia Falcone, Claudio de Acha, Horacio Ángel Ungaro, Daniel Alberto Racero, María Clara Ciocchini, Pablo Díaz, Patricia Miranda y Emilce Moler.