sábado, 30 de agosto de 2008

Polícia Federal prende candidata a vereadora no Rio de Janeiro ligada a milícia

A Polícia Federal prendeu na sexta-feira Carminha Jerominho (PTdoB), filha do vereador Jerominho Guimarães (PMDB), que está preso acusado de chefiar um grupo de milicianos no Rio de Janeiro. Candidata a vereadora, Carminha foi presa em sua casa, em um condomínio em Campo Grande, na zona oeste da cidade. A operação foi realizada para cumprir 21 mandados de prisão expedidos pela Justiça Eleitoral com base em inquérito que aponta a participação de milícias em crimes eleitorais. Na Barra da Tijuca, também na zona oeste, os policiais federais prenderam Guilherme Bernardelli, que também faz parte do grupo denominado Liga da Justiça, comandado por Jerominho e seu irmão, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães (sem partido). O parlamentar foi cassado pelo plenário da Assembléia Legislativa do Estado e está preso. Além de Carminha Jerominho, mais 11 pessoas acabaram presas na Operação Voto Limpo. Motivo da prisão: ela e seus milicianos estavam intimidando e forçando moradores da zona oeste a votar e fazer campanha pela candidata, conforme o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Valdinho Caetano. Também foi preso Luciano Guenancio, irmão de Carminha. Conforme a Polícia Federal, os dois assumiram o comando da quadrilha após a prisão de Jerominho e Natalino. Em investigação feita nos últimos 90 dias, a Polícia Federal afirma ter comprovado que Carminha usava da estrutura da milícia em sua campanha e que moradores que se negavam a fazer campanha pela candidata foram hostilizados, expulsos e vítimas de atentados. Disse o delegado Valdinho Caetano: "Também constatamos duas tentativas de homicídio a pessoas que não concordaram em ceder espaço para colocação de propaganda eleitoral da candidata”. As investigações ainda constataram que os milicianos aumentaram o preço do gás vendido em comunidades da zona oeste para gerar recursos para a campanha de Carminha. O aumento, segundo Caetano, foi de R$ 21,00 para R$ 32,00 por botijão. Das 12 pessoas presas na Operação Voto Limpo, sete são policiais militares. Os policiais foram presos pela Polícia Militar em casa e no serviço. Os nomes dos presos: Guilherme Berardinelli, Fábio Pereira de Oliveira, Carlos Henrique Garcia Ramos, Luciano Sabino da Silva e os policiais militares Toni Angelo Aguiar, Júlio Cesar Ferraz, Ricardo Carvalho Santos, Alonso dos Santos, Flávio Mendes Augusto, Moisés Pereira Maia Júnior e Kennedy Graciano Albuquerque. Oito dos presos foram indiciados pelos crimes de formação de quadrilha e de coação eleitoral e tentativa de homicídio. Carminha foi indiciada apenas por formação de quadrilha. Ela foi transferida ainda na sexta-feira em avião da Polícia Federal para o presídio federal de alta segurança de Catanduvas, no Paraná.