sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ministério Público Federal quer investigação de Padilha, José Otávio, Alceu Moreira e Marco Alba

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para investigar um quarteto do primeiro naipe da política gaúcha: os deputados federais Eliseu Padilha (PMDB) e José Otávio Germano (PP), e os deputados estaduais Alceu Moreira e Marco Alba (ambos do PMDB). Eliseu Padilha é secretário geral do PMDB no Rio Grande do Sul e trabalha para ter seu nome indicado pelo partido para concorrer a governador em 2010. José Otávio Germano é padrinho político de boa parte dos seus correligionários pegos na Operação Rodin, que apurou fraude no Detran gaúcho, de onde foram desviados mais de 45 milhões de reais. Os dois ex-presidentes do Detran denunciados e que respondem a processo criminal na 3º Vara Federal, em Santa Maria, Flavio Vaz Neto (procurador de Estado) e Carlos Ubiratan dos Santos (o Bira Vermelho) são seus velhos companheiros e amigos do tempo da “Arena Jovem” (escolinha onde o “Maior partido do Ocidente” formava seus quadros). Foi na gestão de José Otávio Germano como secretário da Segurança (governo Rigotto) que seus subordinados e amigos praticaram os desvios de mais de 45 milhões de reais apurados pela Operação Rodin. Alceu Moreira é o atual presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Ele foi secretário da Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano no governo Germano Rigotto (PMDB) e foi indiciado pela CPI dos Combustíveis. Encaminhada a denúncia para o Mistério Público, este passou um atestado ao deputado de que nada havia sido apurado contra ele, apesar de não ter sido realizada qualquer investigação. Marco Alba exerce, no momento, o cargo de Secretário Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano no governo de Yeda Crusius (PSDB). Alceu Moreira e Marco Alba são uma espécie de braço direito e esquerdo do deputado federal Eliseu Padilha. Marco Alba tem sob sua responsabilidade a aplicação de recursos da ordem de quase um bilhão de reais em obras de saneamento incluídas no PAC. O inquérito do Ministério Público Federal que pede autorização do Supremo Tribunal Federal para a investigação do quarteto, e ainda do secretário de governo da prefeitura de Canoas, Francisco Fraga (outro homem do esquema de Eliseu Padilha; a mulher dele trabalha na escritório político de Padilha, e o filho de Chico Fraga esteve nomeado na coordenadoria da bancada do PMDB, com pedido de contratação assinado pelo deputado estadual Edison Brum, igualmente “padilhista”, e endossado pelo ex-coordenador da bancada, fiscal do ICMS Antonio Carlos Brittes Jaques), foi protocolado na Suprema corte no último dia 1º de agosto, tem o número 2.741 e foi distribuído para o ministro Marco Aurélio Mello, que determinou a manutenção de segredo de Justiça. Mais políticos gaúchos do primeiríssimo naipe já colocaram suas barbas de molho. E não perdem por esperar.

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