domingo, 17 de agosto de 2008

Ex-militares pedem indenização por combater guerrilha comunista do PCdoB no Araguaia

Ao menos 175 ex-militares já ingressaram na Justiça Federal em Brasília com ações contra a União. Eles reivindicam indenização por danos morais, físicos e psicológicos sofridos durante o combate à guerrilha do Araguaia, na primeira metade dos anos 70. Alegam que, por ordem superior, tiveram que participar da captura, guarda e morte de terroristas do PCdoB. Outros 425 ex-militares já têm prontas ações indenizatórias idênticas, prestes a dar entrada em juízo. Em média, cada um deles pede R$ 500 mil de ressarcimento, o que soma quase R$ 300 milhões. Todos eram praças, com patentes de sargentos, cabos e soldados, desligados das Forças Armadas quando as atividades terroristas foram desbaratadas. Nas petições que deram início aos processos que tramitam em diversas varas federais, os ex-militares informam à Justiça que ainda hoje, passados 33 anos do extermínio dos terroristas, apresentam seqüelas psicológicas originadas do trabalho realizado na Amazônia, segundo eles sem treinamento prévio, sem orientação adequada e em condições insalubres. Devido ao que passaram na floresta, os ex-militares dizem sofrer de problemas crônicos, como insônia e crises de pesadelo, além de dificuldades na convivência social, comportamento irritadiço e até loucura. Também listam à Justiça variados problemas físicos contraídos durante as ações na região do Bico do Papagaio, que engloba terras no sudeste do Pará, sul do Maranhão e norte de Goiás (hoje Tocantins). A atividade armada terrorista se estabeleceu na área nos anos 60. Permaneceu ali até seu aniquilamento pelas tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica, em 1975. Os mais comuns danos físicos citados são a amputação de membros (mãos, pés, dedos e até testículos), fraturas mal consolidadas que levaram à incapacidade para o trabalho, lesões permanentes originadas de ferimentos por facadas, tiros e quedas, tratadas com desleixo à época, surdez e cegueira. Grande parte dos impetrantes sustenta que, como não eram militares profissionais, deveriam ter sido poupados de tarefas desempenhadas na ação anti-terrorista. Dizem que eram recrutas, incorporados à tropa aos 18 anos, idade do serviço militar obrigatório

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