quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Emília Ribeiro diz que não entrará na Anatel para servir o governo

A servidora Emília Ribeiro, que teve seu nome aprovado nesta quarta-feira para o Conselho Diretor da Anatel pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado Federal, disse que não será uma representante do governo Lula na agência. Mais cedo, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que Emília está previamente encarregada de fazer a vontade do governo Lula e de votar a favor de mudanças na legislação para permitir a concretização da fusão entre a Oi e a Brasil Telecom. E, de fato, é isso, nada mais do que isso. O governo Lula quer destravar a aprovação do negócio, e para isso é nomeada Emília, para desempatar o problema dentro da Anatel. "Minha ida para o conselho é como uma gestora pública, representando a sociedade como um todo", disse a petista Emília, após a sabatina. Emília não quis dar sua opinião sobre a fusão nem sobre as mudanças no PGO (Plano Geral de Outorgas), que permitirão a operação. "Eu acho maravilhoso que aconteça (a alteração no PGO), mas o conteúdo eu não tenho conhecimento", afirmou ela. Apesar de 5 de 19 senadores terem votado contra seu nome, a petista Emília Ribeiro disse estar satisfeita com o resultado. Torres declarou que votou contra o nome da servidora e, segundo ele, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) também foi contra. Após ouvir na semana passada de Guerra que seu currículo era insuficiente para o cargo, Emília fez a lição de casa: levou para a sabatina uma apresentação pautada por assuntos técnicos, onde discorreu sobre o setor de telecomunicações nos últimos 10 anos e pelos desafios para a área. É óbvio que foi tudo preparado para ela, meticulosamente, pela Casa Civil da ministra Dilma Rousseff. O plenário do Senado Federal ainda avaliará a indicação de Emília Ribeiro antes que ela seja nomeada para o cargo pelo presidente Lula. Não haverá problema no Plenário, porque o Senado é completamente dominado por Lula, que comanda a base subalterna.

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