sexta-feira, 18 de julho de 2008

Voto de vice-presidente mergulha governo argentino em crise

O voto do vice-presidente argentino, Julio Cobos, contra um projeto de lei que aumentava os impostos sobre as exportações do setor agropecuário, mergulhou o governo de Cristina Kirchner em crise. Nesta quinta-feira, a segunda edição do jornal Clarín trazia a manchete "Crise política: Cobos votou não e a lei fracassou". "Quais serão as conseqüências (do voto de Cobos e das outras dissidências)? O vértice do poder foi seriamente danificado e ainda faltam mais de três anos de governo", escreveu o analista político do Clarín, Eduardo van der Kooy. Segundo o analista político Joaquín Morales Solá, do jornal La Nación, Cobos "colocou um limite" numa forma de governar que tinha sido instalada no país há cinco anos, com a chegada do ex-presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina, ao poder. "Nesta madrugada acabou, definitivamente, uma forma de governar (com medidas unilaterais)", escreveu Solá. "De agora em diante, uma administração frágil deverá enfrentar um destino de três anos e meio mais de vida. Poderiamos citar vários exemplos de governos que perderam no Parlamento e tiveram a normalidade. Mas, a única diferença é que nenhum destes governos mandava como mandava o casal Kirchner', afirmou Solá. Na sessão da madrugada desta quinta-feira, Julio Cobos, que também é presidente do Senado, deu o voto de minerva, diante do empate de 36 votos a favor e 36 contra o projeto de lei apresentado pelo governo de Cristina Kirchner. O resultado da votação no Senado representa a primeira derrota do "Kirchnerismo" em cinco anos. Poucas horas após a votação, o vice-presidente disse que não pretende renunciar. "Não penso em renunciar. Isso seria trair a vontade popular", afirmou. "Um homem que não é do Partido Justicialista pode ter opinião diferente", disse Cobos, que não faz parte do mesmo partido que Cristina Kirchner.

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