terça-feira, 22 de julho de 2008

Tribunal argentino confirma condenação de militares

Um tribunal de segunda instância da Argentina confirmou uma condenação a 25 anos de prisão do ex-chefe do Exército, Cristiano Nicolaides, pelo seqüestro e desaparecimento de cerca de 20 montoneros durante a ditadura militar. A Câmara Federal de Buenos Aires ratificou ainda as penas que o juiz Ariel Lijo tinha imposto em dezembro aos ex-comandantes do Exército, Luis Arias Duval (25 anos), Waldo Roldán (23 anos) e Carlos Fontana (21 anos), assim como a sentença a 23 anos do ex-policial federal Julio Simon (conhecido como Turco Julio). O coronel Pascual Guerrieri teve pena reduzida de 20 para 16 anos de prisão, enquanto não emitiu sentença sobre o antigo comando Juan Carlos Gualco, a quem o juiz Lijo tinha sentenciado a 23 anos de prisão. Esta foi a primeira condenação de militares por crimes de repressão durante a ditadura militar (1976-1983) desde a anulação das "leis do perdão", em 2003. Os fatos analisados neste julgamento ocorreram em 1980, quando o grupo terrorista Montoneros tinha sido desarticulado na Argentina e seus chefes criaram, na Europa, onde tinham se estabelecido, a chamada "Operación Murciélago". Essa consistiu no retorno ao país de vários de seus integrantes para lançar uma ofensiva contra o regime ditatorial. A organização Montoneros na época estava completamente infiltrada pela forças da repressão e foi fácil combatê-la. Os terroristas que retornaram ao país, divididos em dois grupos (um para reagrupar ex-integrantes e o outro com a missão de cometer atentados contra autoridades), foram aprisionados por militares. Desde então, a maioria deles permanece desaparecida e em alguns casos se encontraram os corpos crivados a tiros.

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