sexta-feira, 18 de julho de 2008

Salvatore Cacciola divide cela com 32 presos com nível superior em presídio do Rio de Janeiro

Salvatore Cacciola divide cela com 32 presos com nível superior em presídio do Rio de Janeiro
O ex-banqueiro Salvatore Cacciola divide cela com outros 32 presos, todos de nível superior, na Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro, para onde foi transferido por volta das 22h30 de quinta-feira. A cela tem 125,23 metros quadrados e os presos ocupam metade da capacidade. A cela tem uma televisão de 14 polegadas, beliches e triliches e dois banheiros, um com vários chuveiros e outro com vasos sanitários. Cacciola veste o mesmo uniforme usado pelos demais presos: blusa branca e calça jeans. Segundo o advogado Luís Cardieri, Cacciola não exige tratamento diferenciado, apenas pede para ficar em cela individual. Os advogados do ex-banqueiro aguardam a decisão do pedido de habeas corpus apresentado ao Superior Tribunal de Justiça, que deve sair em dez dias. A solicitação é para que o cliente responda pelas acusações em liberdade. Essa é a segunda vez que os advogados pedem a liberdade de Cacciola. Quando chegou preso da Europa, Cacciola afirmou que nunca foi um foragido da Justiça. "A primeira coisa é que eu nunca fui um foragido. Fui para a Itália com passaporte carimbado", disse. Ele afirmou ainda estar 'tranqüilo' e confiante na Justiça. Era foragido, sim. Tanto que havia uma ordem internacional de captura da Polinter contra ele. E por causa dela foi preso quando entrou em Mônaco. Cacciola destacou que dez outras pessoas condenadas no mesmo processo estão livres e trabalhando. "A única diferença é que eu estava na Itália.' O ex-banqueiro disse também que foi um "erro" ter ido a Mônaco. O procurador regional da República no Rio de Janeiro, Artur Gueiros, rebateu Cacciola: “O ex-banqueiro respondia a processo por crimes graves e não podia deixar o País sem autorização judicial. Ele era o perseguido número um da Justiça brasileira. Como não era foragido? Ele era perseguido há oito anos". Salvatore Cacciola fugiu em 2000, pelo Paraguai, depois que ter sido beneficiado por um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, para responder o processo por gestão fraudulenta em liberdade. Em 1999, o banco Marka, de Cacciola, quebrou com a desvalorização cambial. Contrariando o que ocorria no mercado, o Marka e o banco FonteCindam assumiram compromissos em dólar. O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar. O Banco Central socorreu as duas instituições, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, tentando evitar que quebrassem. A justificativa para a ajuda oficial às duas instituições foi a possibilidade de a quebra provocar uma “crise sistêmica” no mercado financeiro. Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão. O então presidente do Banco Central, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado, e a diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, pegou seis anos. Em 18 de setembro do ano passado, a juíza federal Simone Schreiber, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, determinou a prisão preventiva do ex-banqueiro.

Nenhum comentário: