terça-feira, 8 de julho de 2008

Polícia Federal quis prender repórter da Folha de S. Paulo que informou sobre a Operação Satiagraha

A Polícia Federal em Brasília pediu à Justiça, como parte da Operação Satiagraha, a prisão da jornalista Andrea Michael, do jornal Folha de S. Paulo, por vazamento de informação sigilosa. Além da prisão da jornalista, a Polícia Federal solicitava busca e apreensão de documentos na casa da repórter, que trabalha na sucursal do jornal em Brasília. A Justiça negou o pedido da Polícia Federal. O argumento dos federais era o de que a jornalista, há dois meses, vazou a Operação Satiagraha. Na verdade, o que os policiais chamaram de vazamento foi uma reportagem publicada na Folha sobre as investigações que resultaram na Operação Satiagraha. Em reportagem publicada em 26 de abril, Andrea Michael antecipou que a Polícia Federal estava investigando Daniel Dantas e outros diretores do banco Opportunity por crimes financeiros. A Polícia Federal confirmou que a informação da repórter era correta: todas as pessoas citadas por ela foram presas na Operação Satiagraha. De acordo com a Polícia Federal, as informações foram passadas para a jornalista por um grupo de policiais que queria alertar Daniel Dantas sobre a operação. Por isso, a prisão da jornalista foi pedida. O procurador da República Rodrigo De Grandis não concordou com o pedido de prisão feito pela Polícia Federal, mas inacreditavelmente corroborou o pedido de busca e apreensão na casa da repórter. O objetivo, segundo ele, era saber quem foi sua fonte, o que é uma flagrante violação constitucional, tanto que o juiz Fausto Martin De Sanctis respeitou o princípio constitucional que garante ao jornalista o sigilo da fonte e não acolheu o pedido. A situação no País lulista e na gestão do ministro Tarso Genro, da Justiça, chegou a tal ponto que a Polícia Federal teve a pretensão de querer prender uma jornalista porque ela estava cumprindo a sua obrigação, a de noticiar o que conseguiu apurar. Parece que a Polícia Federal enlouqueceu na era do imperativo e peremptório ministro Tarso Genro.

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