sábado, 12 de julho de 2008

Petróleo ultrapassa marca de US$ 147,00 e bate novo recorde

O preço do petróleo atingiu novo recorde nesta sexta-feira, tendo chegado à marca de US$ 147,27 na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês). A tensão crescente no Oriente Médio, com os testes do Irã com mísseis; na África, com o risco de novos conflitos na Nigéria, e a possibilidade de uma greve da Petrobras na próxima semana afetou a confiança dos investidores na capacidade do mercado de lidar com os temores de escassez do produto frente à expansão da demanda. O Ministério Público do Trabalho convocou representantes da Petrobras e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense para definição de efetivo mínimo para a manutenção da produção na próxima semana. Os petroleiros prometem parar parte da produção de 41 plataformas da Petrobras durante cinco dias, a partir da próxima segunda-feira. O Financial Times informou em um artigo publicado na edição desta sexta-feira que a ameaça de greve na Petrobras pode provocar uma elevação maior dos preços do petróleo bruto. O Financial Times lembra o impacto que uma greve anterior teve no Brasil. "Quando os funcionários da Petrobras se recusaram a trabalhar por cinco dias em 2001, a produção de petróleo diminuiu acentuadamente e o Brasil teve que importar uma quantidade extra de petróleo”', diz a reportagem. O diretor do sindicato, José Maria Rangel, disse que a greve é irreversível. Segundo o sindicalista, a Petrobras havia recebido prazo para formalizar proposta até o dia 4 de julho, e marcou reunião para a última terça-feira. No encontro, alega o sindicato, não houve proposta da estatal. As tensões no Irã e na Nigéria reverteram a tendência de redução no preço da commodity, que vinha sendo registrada nesta semana. A imprensa estatal iraniana informou que o país realizou durante a madrugada mais testes com mísseis de médio e longo alcance, em uma segunda rodada de exercícios militares. Na quarta-feira, a Guarda Revolucionária iraniana já havia anunciado a realização "com sucesso" de testes com nove mísseis no golfo Pérsico. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que o país está pronto para atacar as instalações nucleares iranianas, dizendo que Israel "mostrou no passado que não hesitará em agir para proteger seus interesses vitais de segurança forem ameaçados". Na quinta-feira, o Mend (Movimento para a Emancipação do Delta do Níger) disse que vai abandonar neste sábado o cessar-fogo adotado há duas semanas e voltará a atacar a área do rio Níger, onde se concentra a produção petrolífera do país, depois que o governo britânico anunciou recentemente que pretende apoiar o governo nigeriano para enfrentar os conflitos na região.

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