sábado, 12 de julho de 2008

Petista Greenhalgh ofereceu a banqueiro Daniel Dantas um plano para tentar melhorar relação com o PT

Procurado por Daniel Dantas no final do ano passado, o ex-deputado federal petista Luiz Eduardo Greenhalgh ofereceu um plano para tentar melhorar a relação do banqueiro com o PT. Ele se dispôs a mediar acordos com integrantes do partido que movem ações judiciais contra Daniel Dantas, em um passivo judicial que vem desde a época das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O relato foi feito pelo próprio Luiz Eduardo Greenhalgh para colegas petistas nos últimos dias. O responsável por sua contratação foi o braço direito de Daniel Dantas, Humberto Braz, que está foragido desde que a Polícia Federal iniciou as prisões da Operação Satiagraha. Luiz Eduardo Greenhalgh foi pego no grampo da Polícia Federal pedindo ajuda ao chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, justamente após Braz ter constatado que estava sendo seguido por investigadores da Operação Satiagraha. Gilberto Carvalho se prontificou a ajudar o amigo petista, o que motivou os policiais a também pedirem a prisão de Luiz Eduardo Greenhalgh por atuar em favor do banqueiro no Palácio do Planalto. Logo depois de deflagrada a operação da Polícia Federal, o ex-deputado federal petista Luiz Eduardo Greenhalgh ligou para o ministro da Justiça, seu colega de partido, o peremptório Tarso Genro. Os dois teriam tido uma conversa dura. Greenhalgh teria dito a seguinte frase para Tarso Genro: "Se eu fosse o ministro, não faria isso com você". Na versão apresentada por Gilberto Carvalho, Greenhalgh não o informou de que Braz era ligado ao banqueiro Daniel Dantas. Em telefonema, Greenhalgh pediu a Carvalho que checasse se a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) investigava Braz. Na conversa, o ex-deputado ainda pede ao chefe-de-gabinete que procurasse Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal. Daniel Dantas tentou se aproximar do PT tão logo Lula assumiu o governo, em 2003. Queria manter a influência sobre os fundos de pensão das estatais e o controle da Brasil Telecom. A CPI dos Correios, concluída em 2006, identificou que três empresas de telefonia controladas por Dantas irrigaram em mais de R$ 150 milhões as contas do "valerioduto", no escândalo do mensalão, dinheiro que serviu para a direção do PT comprar apoios políticos de parlamentares e partidos ao governo Lula.

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