quarta-feira, 16 de julho de 2008

Odebrecht diz aceitar disputa judicial com Camargo Corrêa

O diretor-presidente da Mesa (Madeira Energia S.A.), Irineu Meireles, disse na terça-feira que o consórcio (formado pela Odebrecht, Furnas e Cemig) aceita entrar em uma disputa judicial contra o grupo concorrente Enersus (Energia Sustentável do Brasil) para "discussão pública" sobre as mudanças promovidas nas duas usinas do complexo do rio Madeira (RO). A Mesa construirá e operará a usina de Santo Antonio e aguarda para o fim deste mês a licença de instalação, o que lhe assegura o direito de iniciar a construção da hidrelétrica. A Enersus venceu em maio o leilão da usina de Jirau e aguarda a Aneel confirmar a vitória, decisão que foi adiada para a próxima semana. As duas hidrelétricas (cujo investimento alcança os R$ 18 bilhões) ampliarão em 6.450 MW a capacidade de geração no País. Os projetos são considerados os principais empreendimentos do setor elétrico do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Um atraso no cronograma de construção dessas usinas pode levar o País a um elevado risco de apagão a partir de 2011. A discussão dos dois grupos esquentou nesta semana depois que o diretor da Camargo Corrêa, João Canellas de Mello, disse que poderá também questionar as alterações promovidas pela Odebrecht no projeto da usina de Santo Antonio caso o consórcio Mesa ingresse com alguma ação judicial contra a mudança do eixo da barragem de Jirau. Logo após o leilão em maio, a Enersus anunciou que a oferta de R$ 71,40 o megawatt-hora pela energia de Jirau vendida no mercado regulado só foi possível graças ao deslocamento da barragem em 9,2 quilômetros da posição original. A Enersus afirma que a alteração resultará em menor impacto ambiental e em redução de R$ 1 bilhão no custo do projeto. Segundo Meireles, diretor-presidente da Mesa, a mudança descumpre a regra do edital de licitação, invade o reservatório sob concessão de seu consórcio e tem conseqüências ambientais não previstas no Estudo de Impacto Ambiental, documento que embasou a licença prévia concedida pelo Ibama.

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