terça-feira, 8 de julho de 2008

Ingrid Betancourt recomenda ao presidente Uribe “abrandar o tom” com que trata as Farc

Ingrid Betancourt recomenda ao presidente Uribe “abrandar o tom” com que trata as Farc
O presidente colombiano, Alvaro Uribe, deveria abrandar o tom quando trata com a organização terrorista e traficante Farc, disse nesta segunda-feira a refém libertada Ingrid Betancourt, pedindo a ele que rompa com a linguagem do "ódio". Ingrid Betancourt foi resgatada na semana passada, depois de passar mais de seis anos na selva como refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, em uma espetacular operação de inteligência militar que comprova o amplo sucesso da linha dura adotada por Uribe contra o terrorismo. As Farc ainda mantêm centenas de reféns sequestrados, e Ingrid Betancourt, que viajou a Paris 48 horas após sua libertação, disse que Uribe deveria mudar sua postura para ajudar a conseguir a libertação deles. "O presidente Uribe, e não apenas ele, mas a Colômbia como um todo, deveriam mudar algumas coisas", disse Ingrid Betancourt à rádio RF1, fazendo sua primeira crítica pública ao antigo rival político desde que foi libertada. "Acho que é chegada a hora de mudar a linguagem do radicalismo, do extremismo e do ódio, as palavras muito fortes que causam mágoa profunda a um ser humano", falou, acrescentando que são necessários tolerância e respeito. "Chega um momento em que é preciso concordar em conversar com as pessoas que odiamos", disse ela. Ingrid Betancourt foi candidata rival de Uribe na eleição presidencial de 2002 e sequestrada antes da eleição. Uribe saiu vitorioso e foi reeleito em 2006, depois de a Constituição receber uma emenda para autorizá-lo a ter um segundo mandato. Ingrid Betancourt foi pródiga em elogios a Uribe após sua libertação, mas seu ressurgimento da selva vem motivando especulações de que ela poderia voltar à política e candidatar-se novamente à Presidência na próxima eleição. O jornalista Reinaldo Azevedo, em seu blog no site da revista Veja, dia a esse respeito: “Ingrid Betancourt desandou a falar bobagens nesta segunda sobre as Farc e as escolhas do governo Álvaro Uribe, que ela disse ser excessivamente duro com os terroristas - para sintetizar a bobajada. Aí os leitores me perguntam: “Bateu uma Síndrome de Estocolmo na mulher?” Não, gente. Trata-se de uma outra doença, bem diferente: chama-se “Síndrome de Paris”. Uma informação: há mais maoístas em Paris do que em Pequim. Aliás, na capital chinesa, eles não querem nem ouvir falar nesse assunto. Bastaram três dias ouvindo a língua de Robespierre e Marat para Ingrid começar a ficar com o coração mole com a bandidagem, para começar a simpatizar com assassinos. Huuummm... Não custa lembrar que Nicolas Sarkozy – que decepção! – ofereceu o que ele chama “asilo” para os seqüestradores. Asilo? Só aos terroristas colombianos, ou o presidente francês pretende estender o benefício a similares de outras origens? Xiii, gente, é uma questão antiga essa! Aliás, provocou uma briga dos diabos entre Jean-Paul Sartre e Albert Camus, que era um francês nascido na Argélia, um pied-noir. Pesquisem a respeito. Os amigos existencialistas tinham lá as suas divergências filosóficas, mas o que pegou mesmo foi o processo de independência da Argélia, que se deu com violência extrema de ambos os lados – tanto do governo francês como dos líderes anticolonialistas. Sartre, equivocado como sempre em política, via ali o triunfo dos oprimidos da terra, um dos últimos suspiros do colonialismo europeu etc e tal. Camus antevia o horror. Adivinhem: deu o horror. A Argélia só não é uma ditadura islâmica porque é uma ditadura militar. A França é um celeiro de delírios que se realizaram em terras distantes. Pol Pot, o facínora do Camboja, teve professores... franceses. Fabrice Delloye, ex-marido de Ingrid, que saiu pelo mundo demonizando o governo Uribe, é um diplomata francês. Lembram-se? Quando Uribe autorizou o ataque aos terroristas acoitados no Equador, ele chamou a ação do presidente colombiano de “asquerosa”. Mais: acusou-o de impedir qualquer negociação para libertar os reféns. Ele foi o grande responsável por ter transformado Uribe, que também é vítima, em algoz. Diplomata francês? Pois é. Há mais antiamericanos no Quai d’Orsay do que em Bagdá. E é a proximidade de Uribe com os Estados Unidos que os franceses não suportam, mesmo os que, a exemplo de Sarkozy, nunca foram de esquerda”. Está ao, está explicado.

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