sábado, 12 de julho de 2008

Funai restringe entrada de religiosos e imprensa em aldeias indígenas

A Funai restringiu o acesso de não-índios a 38 aldeias e 18 acampamentos indígenas que abrigam mais de 40 mil índios guaranis e caiuás, na região sul de Mato Grosso do Sul, supostamente com a intenção de reduzir a violência. O texto traz recomendações específicas quanto à entrada de policiais, jornalistas e religiosos. A autorização para ingresso às áreas só será concedida mediante "solicitação expressa" do interessado e a apresentação de documentos. Segundo o texto da portaria nº 491/2008, a administração executiva da Funai na região deverá considerar os pedidos de acordo com o grau de risco que ofereçam "ao bem estar e a segurança" da comunidade indígena. "Esta foi uma demanda da própria comunidade", diz a administradora regional Margarida Nicoletti, que será a responsável pela triagem dos visitantes. "As lideranças indígenas reclamavam muito da falta de controle sobre o acesso às áreas. Isso facilita a entrada de álcool e drogas, que são os fomentadores da violência”. A portaria diz que permissão de acesso às polícias Federal e Militar deverá ficar restrita aos efetivos que tenham "perfil para o trato com as populações indígenas". Estes policiais deverão, ainda, participar de "oficinas de qualificação e reciclagem" a ser promovidas pela Funai. "Todos deverão ter uma formação específica sobre os costumes e a cultura", diz Margarida Nicoletti. No caso dos religiosos, segundo ela, a restrição não atingirá os grupos já estabelecidos (muitos mantêm igrejas dentro das áreas). Mas, Nicoletti adverte que eles também terão de seguir um código de conduta. A Funai é o órgão mais corrompido da administração pública federal, ao lado da Funasa. Essa portaria deve ser classificada como de uma idiotia a toda prova e procura mostrar um trabalho que o órgão não realiza.

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