quinta-feira, 24 de julho de 2008

Candidatas da oposição à prefeitura de Porto Alegre atacam Yeda Crusius

Candidatas da oposição à prefeitura de Porto Alegre criticaram as declarações da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), que responsabilizou seus antecessores no cargo pelos problemas de corrupção no Detran. Na segunda-feira, Yeda Crusius afirmou que relatos de desvios no órgão existem desde 1997. Neste intervalo de tempo, o Estado foi governado por Antônio Britto (então no PMDB), Olívio Dutra (PT) e Germano Rigotto (PMDB). "A governadora Yeda Crusius sempre foge das suas responsabilidades no que trata de improbidade administrativa no governo", disse Maria do Rosário, candidata do PT. É curioso ouvir isto da deputada federal petista Maria do Rosaria (ela renegou sua origem, ao sair do PCdoB; elegeu-se vereadora em Porto Alegre, começando sua carreira política, como vereadora do PCdoB, graças a uma coligação com o PMDB; de outra forma não teria sido eleita). No governo petista de Olívio Dutra foi dado o mais furioso incremento à dívida do Estado. Só o marido de Maria do Rosário, Eliezer Pacheco, como presidente do IPE (Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul), criou mais de 2 bilhões de reais em precatórios. Ele praticamente não podia aparecer no seu gabinete ou em casa, porque todo dia tinha ordem judicial de prisão para ele, caso desobedecesse aos comandos para restabelecer o pagamento integral de aposentadorias e pensões. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Rodin, que prendeu 13 pessoas e desmontou esquema de superfaturamento nos preços da carteira de motorista que teria desviado R$ 44 milhões do Detran RS. Este esquema de assalto aos recursos públicos no Detran efetivamente começou durante o governo Britto. Aliás, no Rio Grande do Sul, foi o governo que inaugurou a recente tradição do “condomínio de governo”. Deu no que deu, a entrega de áreas (fatias) da administração para um determinado partido incrementou a noção e a prática de que a ocupação do poder serve para o financiamento de lideranças partidárias e de enriquecimento privado dos mesmos. Este tipo de prática foi escandalosamente reconhecido em conversa gravada do ex-chefe da Casa Civil, Cesar Busato (PPS), em gravação feita pelo vice-governador Paulo Afonso Feijó. Durante o governo Olívio Dutra o Detran foi novamente utilizado para desvios de recursos, pelo menos por meio do escandaloso convênio com a Fenaseg. E o governo Germano Rigotto consagrou a prática do “condomínio de governo” inaugurada por Antonio Britto. Isto tudo veio recair como uma herança maldita no governo Yeda Crusius, porque se espalhou a malfadada idéia de que, sem o “condomínio de governo”, não existe “governabilidade”. A “governabilidade” é o sinônimo atual para licença para roubar recursos públicos. O PT também é mestre neste “condomínio de governo” há muitos anos. A candidata comunista Manuela D'Ávila (PCdoB), que tem o apoio do PPS (atual partido de Antônio Britto), reagiu com ironia às declarações de Yeda Crusius e criticou a demora do governo em tomar uma posição diante dos problemas de corrupção. "A governadora levou praticamente um ano e meio de gestão para ter uma carta de compromisso com a ética, que deveria ser um princípio, não uma bandeira", afirmou. Manuela D’Ávila deveria dar uma olhadinha cuidadosa para o passado bem recente de seu partido e medir mais as palavras. Basta dizer que o seu partido fez parte do honestíssimo e muito probo governo de Roseana Sarney no Maranhão. Precisa dizer mais? Além disso, quem tem isso aliada e divulgadora de genocidas até hoje (como o PCdoB o é, apoiando e incensando ditaduras assassinas como as de Cuba, Albânia, Romênia, China e outras do mesmo gênero, e “faróis da humanidade” como Fidel Castro, Nicolae Ceaseuscu, Enver Hoxa e outras da mesma estirpe) precisa medir com muito cuidados as suas palavras quando vai criticar adversários. Além disso, Maria do Rosário e Manuela D’Ávila apóiam a governo Lula, que, como todos sabem, é uma campeão de honestidade, probidade e retidão.

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