terça-feira, 29 de julho de 2008

Brigada Militar assume controle da sexta penitenciária gaúcha

A Brigada Militar assumiu nesta segunda-feira, pela primeira vez, a segurança externa e interna da Penitenciária Industrial de Caxias, além de continuar realizando os serviços administrativos. A direção da cadeia entregou o comando da unidade aos policiais militares. É a sexta penitenciária gaúcha que teve seu controle assumido pela Brigada Militar durante a greve dos agentes penitenciários, iniciada há 18 dias. Os agentes penitenciários, historicamente os grandes promovedores de motins nos presídios gaúchos, fazem greve por aumento salarial e “melhores condições de trabalho”. Essas condições eles já obtêm, atualmente, de maneira “natural”. Por exemplo, regra geral, os agentes penitenciários não aceitam transferência para cidade onde o presídio local não proporcione o “reparte”. O “reparte” é o direito do agente penitenciário de avançar no rancho, na comida que o Estado compra para os presidiários. E presidiário, por exemplo, só “come” carne de primeira, porque não pode entrar osso nos presídios, porque poderia servir para a simulação de uma arma. Na verdade, a comida que os presos comem é levada por seus familiares. Estes são obrigados a comprar francos nas portas dos presídios, de cantinas externas mantidas pelos próprios agentes penitenciários. Estas cantinas são abastecidas com a carne comprado pelo Estado para o suprimento dos presídios. A carne faz um passeio: entra, sai e volta a entrar. Se alguém tiver alguma dúvida sobre como passam mal os agentes penitenciários, vá algum dia até o estacionamento externo do Presídio Central, para ver os carrinhos deles. Se ganhassem tão mal, como poderiam ter aqueles carrinhos? O que os agentes penitenciários estão fazendo é manter a sociedade gaúcha como refém da insegurança. Agente penitenciário pertence a uma categoria que não poderia fazer greve em nenhuma hipótese.

Nenhum comentário: