segunda-feira, 21 de julho de 2008

Alemanha sofre com falta de lixo para incinerar e gerar energia

O lixo está cada vez mais escasso na Alemanha. O que sobra da seleção de papéis, vidros e embalagens, tornou-se matéria-prima cobiçada para combustão. A tendência é registrada desde 2005, quando passou a ser proibido o despejo de lixo comum em aterros. A energia do lixo é usada na combustão, diz Christoph Partisch, economista do Dresdner Bank. Trata-se de um bom negócio, em vista da alta dos preços dos derivados do petróleo: os operadores dos fornos saem ganhando pelo fato de economizarem carvão e óleo. Além disso, estão livres do pagamento pelas emissões do poluente CO2, pois a decomposição em aterros do lixo também causaria emissões. As vantagens explicam a falta de lixo atual na Alemanha. Para a queima de 14 milhões de toneladas de lixo doméstico a cada ano na Alemanha, existem já hoje 68 usinas de incineração com uma capacidade de 18 milhões de toneladas/ano, informa o Ministério alemão do Meio Ambiente. Segundo a associação das empresas de transformação do lixo, há planos para a construção de mais 100 usinas em todo o país. Sua implementação no entanto só vale a pena se forem fechados contratos de longo prazo para o fornecimento de lixo, adverte a entidade, que defende a liberalização do mercado. "O lixo deveria ser tratado como qualquer outra mercadoria", disse o porta-voz Karsten Hintzmann. Ele reivindica que a importação não precise de autorização. A dificuldade da importação pode ser exemplificada com o caso de Nápoles. Até que 160 mil toneladas pudessem ser transportadas para a Alemanha, passaram-se alguns meses. Segundo o Ministério alemão do Meio Ambiente, em 2007 foram levadas para a Alemanha 6 milhões de toneladas de lixo, originárias principalmente dos países vizinhos ocidentais. Por outro lado, foram exportadas 1,8 milhão de toneladas. No estado de Hessen, por exemplo, quando estiverem prontas todas as usinas planejadas, vai faltar lixo doméstico para suprir a capacidade das incineradoras. Além das quatro usinas de incineração municipais, estão sendo construídas mais cinco usinas para a produção de combustíveis derivados de resíduos. Um exemplo é a fábrica de Frankfurt-Höchst, que custará 300 milhões de euros. Nela deverão ser incineradas 657 mil toneladas de lixo doméstico por ano para a produção de vapor e energia para empresas químicas.para incineração na Alemanha estão chegando aos poucos. Segundo Werner Schui, da prefeitura de Bonn, "formalidades burocráticas" causadas pelo rigor na União Européia são responsáveis pelo atraso. No total, está prevista a importação de 160 mil toneladas de lixo doméstico da região de Nápoles. Sobre os lucros das oito usinas alemãs que queimarão lixo italiano não se fala. Schui garante, no entanto, que não se trata de uma mera ação de ajuda à Itália. Em Hamburgo já teriam chegado os primeiros carregamento para serem queimados. Um deles teria sido mais complexo, pois exames de rotina apontaram radioatividade no material. "No final, constatou-se que o papel da copiadora de um consultório médico tinha ficado muito próximo a medicamentos radioativos", explicou Schui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma ótima alternativa para o destino do lixo e geração de energia. É o tipo de inovação que deveria ser usada nos paises que não possuem tiquezas hídricas, ou outras fontes para transformação de energia;