terça-feira, 10 de junho de 2008

Um longo e inútil depoimento de Busato na CPI do Detran RS

O depoimento do ex-chefe da Casa Civil, Cézar Busato, na CPI do Detran, foi o mais longo até agora, tendo durado 12 horas e meia. Como quase todos os outros, foi um depoimento inútil, que nada adiantou para as investigações da fraude no Detran do Rio Grande do Sul, de onde foram desviados mais de 45 milhões de reais. O clima esquentou durante alguns momentos desse longo depoimento. A deputada Stela Farias (PT) perguntou ao ex-secretário se ele concordava que o seu posicionamento na conversa gravada no dia 26 de maio pelo vice-governador Paulo Feijó constitui o crime de prevaricação. Busatto se exaltou com o questionamento da deputada e, em certo momento, a chamou de carrasca: “Estou me sentindo em tribunal de inquisição. A senhora está sendo muito carrasca e uma carrasca injusta. Eu sou um homem honrado e a senhora não tem o direito de fazer esse tipo de avaliação”. A deputada petista Stela Farias achou que tinha sido chamada de “safada”. Busato perdeu a calma, não raciocinou, porque poderia ter devolvido em um tom similar para a deputada petista, inquirindo-a sobre os 3 milhões de reais do fundo de previdência dos funcionários públicos de Alvorada que ela jogou na lata do lixo, fazendo uma criminosa aplicação financeira no Banco Santos. Talvez o ponto mais significativo de seu depoimento tenha surgido quando ele explicou o que significa a expressão "quem sabe, um gesto concreto do Fernando", na conversa gravada com o vice-governador Paulo Afonso Feijó: “Disse que se isso fosse suficiente para colocar fim na desarmonia entre a governadora e o Feijó, poderíamos pensar na possibilidade”. A possibilidade era a da demissão do presidente do Banrisul, Fernando Guerreiro de Lemos. Ao final do depoimento, Busato disse que pretende tirar 15 dias de férias e conhecer Machu Picchu. Ele precisa antes explicar se tem direito a férias em seu emprego, na Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, onde é auditor de carreira. Ele está afastado do cargo há muito tempo, sempre com cedências para exercício de cargos ou mandatos.

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