quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sociedade entre Petrobras e estatal venezuelana deve ser adiada

A sociedade entre a Petrobras e a petrolífera venezuelana PDVSA na Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Aeroportuário de Suape, em Pernambuco, deve ser mais uma vez adiada. A parceria vem sendo negociada desde 2005 e a expectativa dos dois governos era anunciar o negócio nesta sexta-feira, durante reunião dos presidentes Lula e o tiranete Hugo Chávez, em Caracas. "O Brasil está apressado em avançar nesta constituição. Até o momento, ainda é necessário elaborar os estatutos, o acordo de acionistas e o contrato de compra venda de petróleo", informou o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach. Enquanto as negociações prosseguem, a Petrobras decidiu começar sozinha as obras em setembro do ano passado. Em dezembro, em encontro bilateral na capital venezuelana, Lula e Chávez tentaram impulsionar a joint venture, mas o máximo que conseguiram foi a definição da participação acionária da futura parceria, com 60% da Petrobras e 40% da petrolífera venezuelana. O contrato deveria ser assinado em março, durante encontro dos presidentes em Recife. Mas não saiu. Após visita conjunta ao canteiro de obras da refinaria, o máximo que os presidentes conseguiram foi o anúncio de um acordo de associação entre as duas empresas, com as bases gerais de uma futura sociedade. O acordo de acionistas e o estatuto da empresa conjunta seriam definidos nos dois meses seguintes para assinatura do contrato agora, na reunião presidencial de Caracas. A negociação ocorre em paralelo às conversações sobre a participação societária da Petrobras na exploração e na produção de petróleo pesado no campo de Carabobo 1, na faixa do Rio Orinoco, na Venezuela. Inicialmente, a empresa brasileira exigia participação acionária inversa à prevista para a Refinaria Abreu e Lima (40% para a Petrobras e 60% para a PDVSA). Na reunião de Recife, porém, a Petrobras informou que estuda uma participação de, no máximo, 10% em Carabobo. Enquanto a sociedade não se concretiza, a Petrobras já anunciou que está disposta a continuar sozinha no projeto de cerca de US$ 4,05 bilhões, com previsão de início das operações no segundo semestre de 2010. A partir de 2011, operando em carga plena, a Refinaria Abreu e Lima terá capacidade de processamento de 200 mil barris de petróleo pesado por dia (100 mil do campo de Carabobo 1, e outros 100 mil de Marlim Sul, na Bacia de Campos).

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