quarta-feira, 25 de junho de 2008

Procuradoria Federal abre ações contra sete ex-autoridades da ditadura militar

O Ministério Público Federal ajuizou na segunda-feira representações em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Uruguaiana (RS), pedindo a abertura de inquérito contra ex-autoridades da ditadura militar acusadas de assassinato e seqüestro. Duas ações envolvem a Operação Condor, o esquema de repressão política conjunto adotado pelas ditaduras da América do Sul. As ações foram movidas pelos procuradores Eugênia Augusta Fávero e Marlon Alberto Weichert. Em Uruguaiana, o pedido se refere ao desaparecimento de Lorenzo Ismael Viñas, seqüestrado em 1980. No Rio de Janeiro, ao seqüestro do também ítalo-argentino Horácio Domingo Campiglia e da argentina Monica Susana Pinus de Binstock. Ambos foram presos por agentes da Polícia Federal em 1980, dentro do avião que os trazia do México, na pista do aeroporto do Galeão, e ali mesmo entregues para um comando de repressores argentinos, que tinha se deslocado em um avião Hércules. Os montoneros Horácio Domingo Campiglia e Monica Susana Pinus de Binstock foram transferidos no mesmo dia para Buenos Aires, e mortos sob torturas. São acusados o coronel Carlos Alberto Ponzi, então chefe da segunda seção do Estado-Maior; o então secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, João Leivas Job, e o ex-diretor da Divisão Central de Informações, Átila Rohrsetzer. Também estão arrolados o ex-delegado Marco Aurélio da Silva Reis; o ex-superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Agnello de Araújo Britto; o então secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Edmundo Murgel, e o chefe do Estado-Maior do 3º Exército, general Luiz Henrique Domingues. Os pedidos de investigação contra militares e civis brasileiros são baseados nas notícias sobre a ordem de prisão decretada pela juíza italiana Luisanna Figliola, em 2007. Em São Paulo, o pedido se refere à apuração do assassinato de Luiz José Cunha, o comandante Crioulo, militante da ALN (Ação Libertadora Nacional).

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