domingo, 8 de junho de 2008

Polícia Federal revela que houve mensalão no Rio de Janeiro

As planilhas de gastos encontradas pela Polícia Federal, em 2006, em um pen drive do contraventor Rogério Andrade, revelam que ex-integrantes do alto escalão do governo do Rio de Janeiro foram beneficiados com o pagamento de propinas. A lista aponta mensalões para autoridades, como os R$ 10,2 milhões pagos de 2003 a 2006 a uma mulher identificada como "Madame". Segundo relatório da Operação Segurança Pública S/A, onde consta a análise da contabilidade encontrada no pen drive do contraventor, esse nome seria uma "possível referência à ex-governadora Rosinha Garotinho", que ficou à frente do governo de 2003 a 2006. O período coincide com o da retirada dos valores, que variam de R$ 300 mil a R$ 340 mil. Apesar de delegados da Polícia Federal acreditarem que haja fortes indícios contra a ex-governadora, o Ministério Público Federal decidiu não denunciá-la, por entender que são apenas ilações. Ainda de acordo com o relatório do setor de inteligência policial da Polícia Federal, há suspeitas de que os codinomes Príncipe e Cardeal, usados pela organização criminosa de Rogério em sua contabilidade, seriam do ex-governador Anthony Garotinho e do ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual Álvaro Lins. O primeiro teria recebido R$ 626.950,00 só no ano de 2004, conforme demonstra a lista intitulada "Relação levados". Já o segundo teria recebido R$ 157.984,00 no mesmo ano. As propinas não teriam parado por aí. Nas listas identificadas como "Levados BNG", que compreendem o período entre janeiro de 2005 e agosto de 2006, os dois codinomes teriam recebido, respectivamente, R$ 957 mil e R$ 215 mil. A Policia Federal acredita que as altas somas das propinas teriam como objetivo parar a repressão às atividades ilícitas da quadrilha de Rogério.

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