quarta-feira, 25 de junho de 2008

Inflação e inadimplência ameaçam "taxa chinesa" do emprego na indústria

A "taxa chinesa" de expansão do emprego na indústria da Região Metropolitana de São Paulo nos últimos 12 meses, de 14,5%, está ameaçada pelo cenário de aumento de preços e da inadimplência, segundo o coordenador técnico da equipe de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian. Para ele, o setor pode ter alcançado o pico no acumulado até maio, quando o número de ocupados recuou 0,6%. "As condições não estão tão favoráveis para repetir a performance do ano passado. Talvez tenhamos atingido o pico. Pouco provável manter o ritmo de 14,5% de crescimento em um ano, com cenário de aumento da inflação e crescimento da inadimplência, como se publica atualmente”, diz Loloian. Segundo divulgou a Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nesta quarta-feira, a indústria atingiu em maio deste ano 1,742 milhão de postos, com o fechamento de 11 mil vagas em relação a abril. O número só não foi pior, segundo Loloian, devido ao desempenho da indústria têxtil e de vestuário, que criou 66 mil vagas (atrás somente do metal-mecânico, que criou 81 mil novas ocupações). "Março e abril foi atípico, com aumento dos vagas. Estamos ainda em taxa de expansão de 14,5%. É uma taxa chinesa de crescimento da indústria mesmo com uma pequena redução em maio. E quem segurou, foi o setor têxtil e de vestuário, que teve o maior crescimento em maio, devido ao clima e à nova estação e também aos preparativos para o verão", explicou Loloian. Para ele, o cenário atual é de incertezas, as perspectivas não são mais tão otimistas, mas também não atingiram nível catastrófico. Ele pondera que, se por um lado existem dados recentes que indicam o enfraquecimento da inflação no Brasil, as matérias-primas continuam em elevação no mercado internacional. Ele destaca, porém, que a indústria mantém os investimentos em ampliação da produção.

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