segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fujimori desviou US$ 325 milhões para seu assessor de operações secretas

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori autorizou o desvio de US$ 325 milhões (cerca de R$ 521 milhões) para contas comandadas por seu então assessor Vladimiro Montesinos para realizar operações secretas de inteligência. Uma investigação do jornal "La República" descobriu que os juízes acumularam indícios em dois processos abertos contra Fujimori e seu conselheiro de inteligência por desvios de fundos e transferências ao Serviço de Inteligência Nacional do Peru, no qual Montesinos figurava como assessor de honra. A documentação oficial e testemunhos recolhidos pelos magistrados levaram a crer que "entre julho de 1990 e dezembro de 2000 aconteceu uma retirada irregular de fundos públicos de cerca de 916 milhões de novos sóis, o equivalente a aproximadamente US$ 325 milhões (cerca de R$ 521 milhões)". Os fundos provinham dos ministérios de Defesa e Interior, do Exército, da Marinha, da Força Aérea e do próprio SIN para duas contas: Reserva 1, que era para benefício de Fujimori, e Reserva 2, para uso exclusivo de Montesinos. As declarações foram feitas pela empresária Matilde Pinchi Pinchi, uma colaboradora da justiça e ex-testa-de-ferro do ex-assessor presidencial. De acordo com a Sala Penal Especial da Corte Suprema, os fundos desviados do SIN para a verba secreta de Ações Reservadas foram de 3,7 milhões de novos sóis por mês (cerca de R$ 2 milhões). Desse valor, dois milhões de novos sóis (R$ 1,07 milhão) iam para a Reserva um, e 725 mil (R$ 389,3 mil), para a Reserva dois. A diferença de 975 mil novos sóis (R$ 523,6 mil) era administrada pelo chefe do SIN no pagamento de gratificações para o grupo Colina, responsável pelos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), nos quais morreram 25 pessoas, entre outros crimes. Fujimori enfrenta um processo por violação aos direitos humanos justamente pelos casos de Barrios Altos e La Cantuta, e pelo seqüestro do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer depois do Autogolpe de 1992.

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