sexta-feira, 2 de maio de 2008

Desaparece mais uma testemunha de crimes da ditadura argentina

Depois do caso de Julio López, desaparecido desde 2006, o desaparecimento de mais uma testemunha chave dos julgamentos por violações dos direitos humanos durante a última ditadura militar argentina (1976-1983) na quarta-feira gerou preocupação no governo. Sobrevivente de centros clandestinos de extermínio do regime militar, ativista dos direitos humanos e presidente da Casa da Memória da cidade de Zárate, a 90 quilômetros de Buenos Aires, Juan Puthod, 50 anos, foi visto pela última vez na noite de terça-feira, segundo um membro de sua família. "Temos um compromisso de encontrar rapidamente este homem. Seu estado de saúde é frágil devido a seu coração e sua visão, seqüelas das torturas que sofreu", afirmou Daniel Scioli, governador peronista da Província de Buenos Aires. Após a denúncia, 250 policiais, com o apoio de seis helicópteros, iniciaram na quarta-feira a busca em áreas agrícolas e industriais próximas a Zárate, localidade de 100 mil habitantes. Julio López, considerado o primeiro desaparecido durante a democracia, tinha 77 anos quando foi visto pela última vez na cidade de La Plata, 60 quilômetros ao sul da capital, onde foi seqüestrado por agentes clandestinos da época da ditadura. Puthod testemunhou nos julgamentos de crimes de lesa-humanidade cometidos pelo regime militar, durante o qual cerca de 30 mil pessoas desapareceram e outras dezenas de milhares foram exiladas. Puthod ainda não tinha completado 18 anos quando foi preso, passando por vários centros clandestinos. Em um deles, perdeu a visão durante uma sessão de tortura.

Nenhum comentário: