domingo, 18 de maio de 2008

Banco do Brasil vai absorver Banco Popular, após R$ 144 milhões em prejuízos

O Banco do Brasil anunciou na semana passada que irá absorver as operações do Banco Popular, subsidiária criada em 2003 para atender clientes de baixa renda. Na prática, isso significa o fim da instituição financeira que representou uma das primeiras iniciativas do governo Lula para democratizar o acesso a serviços bancários. O Banco Popular deixa de existir sem nunca ter conseguido gerar lucros. Toda a estrutura montada pelo Banco Popular será transferida para o Banco do Brasil e funcionará sob uma nova diretoria do banco, chamada de diretoria de Menor Renda. Os 81 funcionários do Banco Popular, todos eles cedidos pelo Banco do Brasil, voltam a seus empregos de origem. O objetivo é reunir em uma mesma área do banco todas as operações com pessoas que têm renda mensal de até um salário mínimo, o que tornaria a atuação nesse segmento mais eficiente. Além de absorver o Banco Popular, a nova diretoria irá gerenciar correspondentes bancários e programas de desenvolvimento regional do Banco do Brasil. Desde que iniciou suas operações, o Banco Popular acumulou R$ 144 milhões em prejuízos. No ano passado, as perdas foram de R$ 16 milhões. O Banco Popular enfrentou dificuldades ao longo de seus pouco mais de quatro anos de operação, período em que teve três presidentes diferentes. O primeiro, Ivan Guimarães, foi detonado depois que veio a público seu relacionamento com o publicitário Marcos Valério e com o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, acusados no mensalão petista. Seu sucessor, Geraldo Magela, assumiu o cargo em 2005. Após ser derrotado como candidato ao governo do Distrito Federal em 2002, o petista deixou o Banco Popular para concorrer a deputado federal em 2006 e acabou eleito. Ao longo dessas gestões, o Banco Popular foi alvo de críticas devido ao seu elevado gasto com publicidade (em 2004, as despesas com propaganda somaram R$ 25 milhões, contra R$ 20 milhões de empréstimos concedidos), além de sofrer com elevada inadimplência (o nível de atraso nos financiamentos chegou a mais de 30% e está hoje em 17%).

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