terça-feira, 15 de abril de 2008

Isabelita Perón alega ser cidadã espanhola para evitar extradição

A defesa da ex-presidente da Argentina e viúva do general Juan Domingo Perón, María Estela Martínez de Perón, de 77 anos, a Isabelita, alegou nesta segunda-feira que a Justiça argentina não pode julgá-la porque ela é uma cidadã espanhola e porque seu estado de saúde não permite. A Justiça da Espanha decidirá em uma semana se extradita Isabelita Perón, acusada de violação aos direitos humanos durante sua gestão (1974-1976). Ela compareceu nesta segunda-feira à Audiência Nacional (principal instância penal espanhola), em audiência presidida pelo juiz Fernando García Nicolas, que decidirá se extradita a ex-chefe de Estado. Durante a audiência, a defesa de Isabelita alegou que a "Argentina não tem jurisdição porque a acusada tem nacionalidade espanhola". Outro argumento usado contra a extradição foi que ela tem idade avançada e que seu estado de saúde desaconselha uma viagem à Argentina. O promotor da causa, Pedro Rovira, se disse a favor que a ex-presidente seja julgada em seu próprio país. A viúva do general Perón, que mora na Espanha desde 1981, em um chalé na localidade de Villanueva de la Cañada, nos arredores de Madri, está em liberdade condicional desde que foi detida no dia 12 de janeiro de 2007 a pedido da Justiça espanhola. O juiz federal de Mendoza (oeste da Argentina), Héctor Acosta, havia solicitado à Espanha, no dia anterior, a detenção da ex-presidente pelo desaparecimento do militante político Héctor Aldo Fagetti e pela detenção do menor Jorge Valentín Berón, em fevereiro de 1976, um mês antes de ser derrubada por um golpe militar. O juiz Acosta a responsabilizou pela assinatura de decretos que ordenaram aniquilar a atuação dos elementos subversivos que atuavam na Argentina. Quatro dias após sua detenção, no dia 16 de janeiro de 2007, outro juiz federal argentino, Norberto Oyarbide, liberou outra ordem de detenção contra Isabelita por sua responsabilidade nas operações da Aliança Anticomunista Argentina, a Triple A, responsável por mais de 1.500 assassinatos nos anos 70. À frente da Triple A estava o então ministro do Bem-Estar Social, José Lopez Rega, braço-direito dos governos de Perón e de sua mulher.

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