terça-feira, 22 de abril de 2008

General critica política indigenista do governo e estranha cobrança de Lula

O general do Exército Gilberto de Figueiredo, presidente do Clube Militar, engrossou na sexta-feira o coro dos desagradados com a política indigenista do governo Lula. Ele saiu em defesa do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que foi cobrado por Lula por criticar essa política. Para Figueiredo, as críticas do general Heleno não ferem nenhuma hierarquia ou disciplina. "A observação do general Heleno foi fruto da angústia de alguém que observa no próprio local a situação aflitiva de algumas comunidades. A política indigenista, todos sabem, está longe de ser consensual, inclusive dentro do governo Lula". A crítica do general Heleno abriu uma crise entre os militares e o Planalto. O presidente Lula se reuniu na quinta-feira com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, para cobrar explicações sobre a crítica do comandante Militar da Amazônia, general Augusto Heleno. Para Figueiredo, o presidente adotou um tratamento diferenciado ao cobrar explicações do general Heleno, já que ele não questiona os ministros que contestam a política econômica do governo. "É estranho o presidente da República pedir explicações sobre o caso. Não me consta que tenha adotado o mesmo procedimento quando ministros do seu partido contestam publicamente a política econômica do governo", disse Figueiredo em nota oficial. O Clube da Aeronáutica reforçou a reação de militares à repreensão do presidente Lula ao general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. O presidente do clube, tenente-brigadeiro da Aeronáutica Ivan Frota, afirmou, em nota, que "o País conhecerá o maior movimento de solidariedade militar" caso as repreensões continuem. A nota foi distribuída na sexta-feira a integrantes das Forças Armadas durante o terceiro dia do seminário "Brasil, ameaças a sua soberania", na sede do Clube Militar do Rio de Janeiro, no qual, anteontem, o general Heleno chamou de "caótica e lamentável" a política indigenista do País. "Que o presidente não se atreva a tentar negar ao general Heleno o sagrado dever de defender a soberania e a integridade do Estado brasileiro. Caso se realize tal coação, o País conhecerá o maior movimento de solidariedade, partindo de todos os recantos deste imenso País, jamais ocorridos nos tempos modernos de nossa História", afirmou em nota o tenente-brigadeiro.

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