domingo, 20 de abril de 2008

Falta de contêineres vazios já prejudica o comércio exterior

A falta de contêneires vazios para mercadorias que deveriam ser exportadas poderá afetar o comércio exterior brasileiro, conforme o diretor executivo da Abtra (Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegários), José Roberto Campos. Segundo ele, com a greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura um mês, estão comprometidos 90% da capacidade de armazenamento dos terminais portuários do País. Normalmente, há uma ocupação de 50% da capacidade dos portos. No porto de Santos, o maior do País, 150 mil contêineres estão parados, o que corresponde a praticamente toda a movimentação mensal dos terminais. "Isso comprova que, nesses 30 dias as liberações foram muito baixas", disse José Roberto Campos. Por causa dessa greve estão faltando matérias primas importadas, e algumas indústrias estão paradas. Também já se constata o desabastecimento no mercado interno. De acordo com Campos, a situação é mais "dramática" nos aeroportos. "A Infraero está praticamente sem espaço, com demoras para recebimentos de cargas de exportação, filas intermináveis", contou ele. Para o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, o principal impacto da greve é na imagem do País: "Estamos passando a imagem de um país que não cumpre compromissos. E, num mundo globalizado, todos têm uma função, e ela deve ser exercida no prazo estabelecido". O vice-presidente do Sindamar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima de São Paulo, José Roque, relatou que a capacidade operacional do porto de Santos está entre 92% a 95% comprometida. "Mas, por enquanto, não tivemos navios desviando do Porto de Santos nem há navios na barra aguardando atracação", admitiu. O diretor do Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal), Maurício Zamboni, alegou que a categoria está cumprindo a determinação de manter o efetivo mínimo de 30% dos auditores trabalhando. "A nossa intenção não é causar prejuízos. Esperamos que o governo apresente uma proposta condizente para que a gente possa sair do movimento", disse.

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