segunda-feira, 21 de abril de 2008

Conselho indígena condena declaração de general e diz que ficará contra o Exército

A declaração de que a política indigenista brasileira é "lamentável" e "caótica", feita pelo comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, foi criticada pelo CIR (Conselho Indígena de Roraima), principal entidade favorável à retirada dos não-índios da Raposa/Serra do Sol. "Se o Exército é contra nós, seremos contra eles também", disse o índio macuxi Dionito Souza, coordenador do CIR. "A homologação de forma contínua da reserva Raposa/Serra do Sul não vai acabar com o Brasil", afirmou ele. Para Dionito Souza não existe perigo de ocorrer alguma "internacionalização da Amazônia", já que o Exército possui cinco pelotões de fronteira em Roraima. "Nunca impedimos o Exército de realizar o seu trabalho de segurança nas fronteiras. Temos, inclusive, índios militares trabalhando nesses pelotões”. Dionito disse ainda que não entende a "implicância" do general Heleno em relação à terra indígena Raposa/Serra do Sol: "Se essa fosse a primeira terra indígena a ser homologada, eu até entenderia esse posicionamento preocupado e receoso. Mas existem outras terras indígenas no Estado, onde militares e índios vivem em plena harmonia", disse Souza. É muito engraçado, a camarilha reunida nas ongs faz um gritaria dos diabos contra a compra de terra próximas de região de fronteira por companhias que querem plantar florestas, mas não vêem nenhum problema em entregar longas fronteiras para ongs de estrangeiros, cujo único objetivo e internacionalizar uma parte do território nacional. É preciso criar uma CPI específica desse assunto no Congresso Nacional. Em contrapartida, o presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima, Paulo César Quartiero, líder das manifestações contrárias à retirada de não-índios da Raposa/Serra do Sol, demonstra ser favorável às declarações do general Augusto Heleno: "Não só concordo com o que ele falou, como apóio. Finalmente apareceu alguém de coragem para falar sobre o descaso que o governo federal tem com as nossas fronteiras". Até mesmo um índio, o presidente da Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima), o índio macuxi Lauro Barbosa, acredita que as declarações do general Augusto Heleno mostraram "a todo o Brasil" as fragilidades das fronteiras amazônicas: "O que ele está falando é verdade. Estamos à beira de uma invasão estrangeira, só não vê quem não quer. Não existe ninguém melhor que o Exército para avaliar os riscos que corremos entregando as nossas terras a Ongs internacionais”.

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