terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Escola pública de São Paulo joga 400 obras literárias no lixo

Moradores da região da Vila Prudente, na Zona Leste de São Paulo, encontraram na semana passada cerca de 400 livros que foram jogados no lixo pela Escola Municipal Ruth Lopes Andrade. Eram obras literárias de Federico Garcia Lorca, Machado de Assis e Guimarães Rosa, amontoadas em sacos pretos de lixo jogados próximos a um bueiro. Moradores do bairro tentaram entrar em contato com a escola ao ver os livros na rua, mas a unidade já estava fechada. “Alguns livros chegaram a molhar porque foram jogados perto de um bueiro, mas a maioria estava em bom estado”, disse o contador Manoel Rodrigues, que pegou do lixo "O cortiço", de Aluísio de Azevedo, entre outros clássicos. Um dos moradores do bairro ligou na quinta-feira passada para a escola e obteve a informação de que as obras foram descartadas por causa de cupim. “É duro você ensinar para os filhos o valor da leitura enquanto uma escola comete esse absurdo. Os livros estão em bom estado”, disse o morador. Circe Bittencourt, coordenadora do Programa de Banco de Dados de Livros Escolares Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP), afirma que não há nada que justifique a atitude da escola. É isso aí, quando educadores jogam obras de Garcia Lorca, Machado de Assis e Guimarães Rosa, entre outras, no lixo, é porque eles é quem estão no lixo.

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