quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Usinas térmicas estão gerando energia abaixo do esperado para combater o apagão elétrico

Além do nível baixo dos reservatórios devido à falta de chuvas, o Brasil vem enfrentando a falta de disponibilidade total das usinas termelétricas que estão sendo acionadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) para preservar os reservatórios. De acordo com o Informativo Preliminar Diário da Operação desta quarta-feira, referente ao dia anterior, das 21 térmicas que tiveram despacho programado nos sistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, 13 usinas geraram abaixo do previsto. O boletim informa que as térmicas geraram abaixo do previsto por motivos que vão desde a falta de gás até problemas operacionais. No sistema Nordeste, no qual a situação dos reservatórios é mais crítica, seis das 11 térmicas despachadas geraram abaixo do previsto. "A geração térmica foi inferior ao valor programado", diz o informe. A TermoPernambuco, por exemplo, gerou uma média de 226 MW (megawatts), diante dos 235 MW previstos, devido à menor disponibilidade de gás. A usina de Jaguarari tinha previsão de 101 MW de média diária, mas gerou apenas 52 MW, por causa da menor disponibilidade de combustível. No Sudeste, sete das dez usinas programadas a operarem no dia 7 geraram abaixo da programação do ONS. A térmica Norte Fluminense gerou apenas 110 MW, na média diária, diante de 793 MW previstos. A usina Aureliano Chaves teve geração média de 163 MW, dos 226 MW previstos. A causa, segundo o ONS, foi a falta de gás. O nível dos reservatórios no Nordeste ficou em 27,04% na última terça-feira. No Sudeste, esse nível chegou a 44,73%. A maior preocupação do governo é em relação ao nível do Sudeste, que já se aproxima da Curva de Aversão ao Risco, que determina o nível mínimo para que o sistema seja abastecido com segurança. O atual nível da curva do Sudeste é de 40%. O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, alertou para a possibilidade de racionamento de energia caso o volume de chuvas se mantenha abaixo do esperado. O presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, informou temer que falte gás para as indústrias do Estado. Segundo ele, o uso intensivo do combustível nas usinas termelétricas, ligadas para compensar as chuvas abaixo do esperado, poderão ocasionar na repetição da falta de gás ocorrida em outubro do ano passado.

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