quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Preço da energia quase dobra no Brasil, com o medo do mercado de um apagão elétrico

O preço da energia no mercado livre, conhecido como Preço de Liqüidação de Diferença (PLD), disparou 92% desde a semana passada devido à estiagem que preocupa o governo Lula e os agentes de mercado. Na noite da última sexta-feira, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) fixou o PLD para esta semana em R$ 475,53 por megawatt/hora (MWh), valor 92% maior que o definido para a semana passada (R$ 247,01/MWh) e que já começa a se aproximar do preço recorde de R$ 684,00/MWh, alcançado em junho de 2001, quando aconteceu o auge do racionamento de energia. Executivos e consultores do setor já começam a fazer as contas para medir o impacto de um apagão elétrico para indústrias e consumidores residenciais. Presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Paulo Mayon adverte que a margem de manobra para o abastecimento de energia é pequena, devido à baixa oferta de gás. Por isso, de acordo com o executivo, alguma medida terá que ser tomada se não chover. "Se continuar a estiagem terá que ser feito um corte seletivo de energia", alerta Mayon, ao lembrar que, com exceção dos reservatórios dos subsistemas Sudeste/Centro Oeste, todos os demais reservatórios do País encontram-se abaixo do volume de janeiro de 2001, dois meses antes do racionamento. "A sorte é que os reservatórios do Sudeste e Centro Oeste apresentam maior capacidade do que todos os demais somados", compara Mayon, ao lembrar, no entanto, que eles são responsáveis pela região de maior consumo do País. De acordo com dados da Anace, enquanto os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro Oeste encontravam-se com 31% de sua capacidade no primeiro mês de 2001, nesta primeira semana de janeiro de 2008 encontram-se com 45% de capacidade. O problema é que, no Sul, encontram-se com 74% de capacidade, abaixo dos 99% verificados em janeiro de 2001. Os reservatórios do Nordeste e Norte, por sua vez, encontram-se com, respectivamente, 27% e 30% de sua capacidade. Em janeiro de 2001 encontravam-se com, respectivamente, 41% e 72%.

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