quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Petrobras garante que óleo do campo de Tupi pode ser explorado até um custo de US$ 35 por barril

O petróleo que está abaixo da camada de sal na Bacia de Santos pode ser viabilizado comercialmente mesmo que o preço do barril caia a até US$ 35,00, conforme executivo da Petrobras, que tem participado diretamente do avanço tecnológico para promover a exploração da área de Tupi, mas prefere não ser identificado. "Muito se fala do custo elevado para produzir o óleo naquela profundidade, mas estamos avançando consideravelmente em tecnologia para superar o desafio e viabilizar esta produção em escala comercial", disse ele, lembrando os sete mil metros que separam a superfície marítima da área em que foram encontradas as acumulações de petróleo na área. Segundo este executivo, o custo atual do barril, na casa dos US$ 90,00 é perfeitamente viável para a produção, mas "ninguém apostaria num projeto que exigisse a manutenção desse patamar". De acordo com geólogos, dificilmente o custo de extração na área ficaria abaixo dos US$ 20,00 diante de uma média de US$ 7,00 hoje empregados para a exploração no País. Em seu plano de investimentos para até 2020, a estatal aponta premissas de preço para o barril, de US$ 35,00 como base para a sustentação dos seus projetos. No campo de Tupi estão localizados entre cinco bilhões e oito bilhões de barris. A área de Tupi, porém, pode deixar de ser o filé mignon da estatal se forem confirmados os estudos detalhados que os técnicos da empresa estão fazendo sobre outros poços perfurados na área em torno deste bloco. O executivo da empresa não quis falar em números redondos, mas admitiu que a acumulação que vem sendo chamada de Pão de Açúcar, e engloba outros três blocos concedidos na segunda e terceira rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP), podem superar até as mais otimistas perspectivas de multiplicar as reservas nacionais de óleo, hoje na casa dos 13 bilhões de barris. "Temos sete poços perfurados na região, dos quais apenas três tiveram seus dados divulgados. Ainda há boas novidades por sair nos próximos meses, quando as análises dos dados estiverem concluídas", comentou esse executivo. Segundo relatório divulgado pelo analista Emerson Leite, do Credit Suisse no último dia 21 de dezembro, apenas para a área do chamado Pão de Açúcar, que também recebe o nome de Carioca, é estimado pelo analista um potencial que varia entre 12 bilhões a 24 bilhões de barris. A acumulação está localizada na área dos blocos BM-S-8, BM-S-9, BM-S-21 e BM-S-22. A Petrobras detém a operação em todas essas áreas, em parceria com a Galp, Repsol, BG, Exxon e Amerada Hess. Caso seja confirmado que estes blocos possuem acumulações contínuas e ligadas a Tupi, o governo brasileiro teria que unificar estas reservas, colocando ainda os blocos BM-S-10 e BM-S-24, o que incluiria ainda a portuguesa Partex entre os parceiros da Petrobras a receberem uma participação porcentual no campo todo. De acordo com o relatório do Credit Suisse, considerando o potencial mais otimista para as reservas abaixo da camada pré-sal na Bacia de Santos, incluindo Tupi e Carioca (ou Pão-de-Açúcar), a estimativa é de atingir a um volume de 46,5 bilhões de barris de óleo leve na área.

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