terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Juíza diz que acusado de tortura na Argentina foi morto para não delatar

O ex-oficial da guarda costeira que foi encontrado morto na prisão dias antes da divulgação de sua sentença no julgamento por tortura pode ter sido assassinado por queima de arquivo, afirmou uma juíza. Hector Febres, réu em um caso de violação dos direitos humanos durante a ditadura militar argentina (1976-1983), morreu no dia 10 de dezembro, envenenado por cianureto, na suíte em que era mantido preso, em um complexo da guarda costeira. A juíza Sandra Arroyo determinou a prisão de dois oficiais da guarda costeira que serviam de carcereiros, acusando-os de permitir a entrada dos assassinos. Segundo a juíza, o motivo do crime foi "silenciar alguém que tentou revelar dados ou informação sobre os fatos que cercam as violações de direitos humanos durante o último governo militar". Febres estava sendo julgado pela tortura de prisioneiros políticos no centro de detenção da Escola de Mecânica Naval, a Esma, durante a ditadura militar. O ex-oficial tinha alegado inocência no julgamento, mas dissera a familiares e a um padre que pretendia falar no veredicto sobre crimes cometidos pelo regime militar, porque estava se sentindo um bode expiatório, segundo a resolução da juíza. Havia a possibilidade de Febres estar planejando falar sobre o que aconteceu com os bebês nascidos na prisão, adotados ilegalmente. As força armadas da Argentina são sinistras até a raiz da alma.

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