domingo, 20 de janeiro de 2008

Justiça intima José Dirceu para depor no processo do mensalão por corrupção e formação de quadrilha

José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil do governo Lula, começa finalmente a prestar contas à Justiça brasileira nesta semana. A juíza Sílvia Maria Rocha intimou-o a comparecer à 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo, às 14h30 da quinta-feira. José Dirceu vai ser interrogado pela primeira vez no processo do escândalo do mensalão, no qual é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha. Ele vai ser interrogado pela juíza porque esse foi o modo encontrado pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, para dar mais velocidade ao processo. Apontado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como chefe da “quadrilha” do mensalão, José Dirceu é o réu mais destacado do processo que corre no Supremo Tribunal Federal. Até agora ele só havia se defendido na Câmara dos Deputados, onde foi condenado por corrupção, e teve o seu mandato cassado. Agora ele terá que enfrentar uma condenação judicial. A estimativa é de que a sentença não sairá antes de três anos. Os réus acusados no processo do escândalo do mensalão estão sendo ouvidos por juízes de oito Estados e do Distrito Federal. A requisição das oitivas foi expedida pelo ministro Joaquim Barbosa em novembro de 2007, que as queria cumpridas no prazo de 60 dias, o que não será cumprido, já que uma das inquirições vai extrapolar para o mês de fevereiro. Foi marcada para 1º de fevereiro, na comarca de Belo Horizonte, a oitiva do publicitário Marcos Valério, o operador do esquema do Mensalão para o PT, ordenado por José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Silvio “Land Rover” Pereira. O depoimento de José Dirceu será conduzido pela mesma juíza que atuou nos processos que apuram as remessas ilegais de Paulo Maluf para contas no Exterior. A juíza Silvia Maria Rocha cuidou do caso Maluf até outubro do ano passado. Eleito deputado federal, Maluf passou a dispor de privilégio de foro e seus processos subiram para o Supremo Tribunal Federal.

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