Em uma reunião no Ministério do Planejamento, para discutir os cortes no Orçamento de 2008, os líderes dos partidos que compõem a base de apoio ao governo Lula defenderam a recriação da CPMF na proposta de reforma tributária que o Palácio do Planalto ficou de encaminhar em fevereiro ao Congresso Nacional. A nova CPMF seria instituída em caráter permanente, com alíquota de 0,20% (a antiga tinha uma alíquota de 0,38%). Os parlamentares subordinados ao governo Lula saíram da reunião dizendo isso, mas foram imediata, e convenientemente, desmentidos pelos ministros Paulo Bernardo, do Planejamento, e José Múcio, das Relações Institucionais. "Não há hipótese. O governo tem passado para a base a preocupação com os recursos para a saúde, mas essa proposta não será apresentada. Será apresentada a reforma tributária", disse o ministro José Múcio, garantindo que está mantido o compromisso do presidente Lula de que a CPMF não será ressuscitada. Videversus já cansou de avisar aos seus leitores, e retorna agora: quando o governo, ou um político, diz uma coisa, a verdade é outra bem oposta. Já Paulo Bernardo deixou claro que a iniciativa é verdadeira, quando disse que o Congresso é soberano e pode propor a recriação da CPMF: "Se algum líder do governo ou da oposição buscar essa solução, tem o direito e a autonomia. O Parlamento não depende do Executivo". O líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado federal gaúcho Henrique Fontana (na foto) deixou bem claro que a idéia de recriar a CPMF é consenso dentro da base governista: "O governo percebeu que não é fácil cortar recursos. Os recursos da nova CPMF serviriam para qualificar e ampliar os serviços de saúde”. Esse é o discurso atual do PT, partido igual ao camaleão, que muda de cor conforme a situação.
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