sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Governo boliviano confessa que não vai cumprir contrato de venda de gás ao Brasil

O governo da Bolívia afirmou nesta quinta-feira que não vai cumprir os contratos de venda de gás ao Brasil e à Argentina neste ano, e se reunirá com esses países para analisar a repartição do combustível quando houver uma elevada demanda nesses mercados. "No final de ano estaremos produzindo em média 42 milhões de metros cúbicos diários, e esta quantidade não nos permitirá cumprir os contratos com a Argentina e com o Brasil", afirmou o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, em entrevista coletiva junto ao presidente boliviano, Evo Morales. A produção atual beira os 40 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, frente a uma demanda interna e externa de 46 milhões, segundo dados fornecidos pelo setor. Villegas explicou que, na recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a La Paz, foi decidido que neste ano não serão enviados os pequenos volumes de gás contratados em Cuiabá nem à empresa Comgás, de São Paulo. O contrato que será cumprido é o da Petrobras, no qual está previsto o envio de 31 milhões de metros cúbicos diários de gás a São Paulo e pelo qual a companhia paga à Bolívia atualmente quase US$ 4,9 por milhão de BTUs (Unidade Térmica Britânica). A Bolívia descumpriu várias vezes, em 2007, seus contratos com Brasil e Argentina, devido à paralisia de investimentos originada pela nacionalização do setor decretada em maio de 2006.

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