sábado, 19 de janeiro de 2008

Cristina e Nestor Kirchner acusados de enriquecimento inexplicável

A oposição argentina questionou na sexta-feira o significativo aumento de patrimônio do casal Kirchner, registrado em suas declarações de bens, apresentadas perante o Escritório Anticorrupção. As declarações demonstram que o patrimônio aumentou em cerca de 11 milhões de pesos (3,4 milhões de dólares) durante os quatro anos de mandato do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), dos quais 5,8 milhões de pesos (1,8 milhão de dólares) são relativos ao último ano. "Essa expansão de seu capital abre suspeitas do papel de seu governo na formação de uma rede empresarial, integrada por Enrique Ezkenazi, que é muito próximo ao ex-presidente Néstor Kirchner", disse o deputado de centro-esquerda Claudio Lozano. O empresário Enrique Ezkenazi, diretor do grupo Petersen, adquiriu em dezembro passado 14,9% da filial argentina da Repsol YPF por 2,235 bilhões de dólares, com opção de compra de mais 10,1% da companhia. O deputado Adrián Pérez, da Coalizão Cívica, pediu que se investigue também a evolução dos bens de "empresários amigos ligados" ao casal presidencial, como Enrique Ezkenazi. Ex-candidata à presidência pela Coalizão Cívica e ferrenha opositora, a social-cristã Elisa Carrió também questionou o casal Kirchner, afirmando que o aumento do patrimônio "mostra a impunidade em um país sem justiça onde ninguém investiga isso". A deputada Nora Guinzburg, do partido da direita Pro, disse que "isso motiva o pedido de uma investigação no Congresso". "Às vezes o funcionário parece honesto porque apresenta suas declarações e paga seus impostos, mas nunca se investiga de onde sai esse dinheiro", declarou por sua vez a social-democrata Margarita Stolbizer. Segundo os dados divulgados, ao entregar o governo para a mulher em dezembro de 2007, a fortuna pessoal de Néstor Kirchner chegava a 17,8 milhões de pesos (5,6 milhões de dólares), quase 11 milhões a mais do que tinha em maio de 2003, quando tomou posse na Casa Rosada. Só em 2007 o patrimônio cresceu 5,78 milhões de pesos, incorporando, entre outros bens, um edifício de 10 apartamentos e um complexo turístico em Santa Cruz, província natal do ex-presidente.

Nenhum comentário: