sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Cortes de energia elétrica e de água castigam a Argentina

Com a chegada do forte calor e uma sensação térmica que atinge os 40 graus na Argentina, os cortes de energia elétrica e de água castigam a população de dezenas de bairros de classe média e populares em Buenos Aires e no interior do país. Na Argentina, de 40 milhões de habitantes, praticamente a metade da população está sofrendo com algum tipo de corte de luz e de água desde o último dia 31 de dezembro. Sem os serviços essenciais há mais de 36 horas, os moradores do tradicional bairro portenho de Caballito voltaram na quinta-feira a bater as panelas, imitando o "panelaço" que iniciaram em dezembro de 2001 e que resultou na renúncia do ex-presidente Fernando De la Rúa. Apesar dos protestos, nesta sexta-feira, vários bairros portenhos continuavam sem água e luz. A Argentina está aplicando o “uso racional de energia elétrica” (apagão elétrico) desde o último dia 30, com o adiantamento do fuso horário em uma hora, o que fez com que o pico da demanda por eletricidade passasse das 21 para às 23 horas, tudo isso para economizar entre 150 a 175 megawatts diários. As empresas importadoras de lâmpadas entregaram à Secretaria de Energia um cronograma para abastecer os primeiros cinco milhões de focos de luz de baixo consumo, como parte do Plano de Uso Racional de Energia. Há seis anos a Argentina entrou em colapso, quebrou, faliu. Parecia que o país ia acabar. Mas, até as vésperas da quebradeira geral, argentinos de Buenos Aires e do Interior continuavam com sua farra de viagens ao Exterior, acompanhadas de muitos gastos. Estava todo mundo cego pela política criminosa do ex-presidente Carlos Menem do dólar igual ao peso. Enquanto os argentinos desperdiçavam a poupança interna em gastos inúteis no Exterior, não se aplicava nada em investimentos em setores básicos de infra-estrutura, como produção de energia e de água tratada. E continuou a mesma coisa nos anos do presidente Nestor Kirchner, movido por uma política populista de contenção artificial dos preços por meio de decreto. Deu no que deu. Os argentinos ainda irão enfrentar piores dias.

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